O apóstolo Paulo lista o cinto da verdade como o primeiro elemento na armadura do cristão contra o mal.
A própria ideia da verdade como um absoluto – como uma constante – está se tornando cada vez menos popular. Para muitas pessoas, a verdade se tornou um assunto para debate filosófico ou um conceito que muda conforme o mundo muda ao nosso redor.
O Cinto da Verdade e as palavras de Jesus

A ideia de verdade absoluta é inseparável da vida de Jesus Cristo e da Bíblia. Jesus se definiu como “o caminho, a verdade e a vida” (João 14: 6). Ele também definiu a Palavra de Deus como verdade: “Santifica-os na tua verdade. A tua palavra é a verdade” (João 17:17).
Em um mundo que vagueia sem referencia, essas palavras são uma âncora! Jesus Cristo e a Bíblia (a Palavra de Deus) representam a verdade absoluta!
As dúvidas e debates sobre a existência da verdade absoluta existiam também no tempo de Cristo. Quando foi julgado por sua vida, o governador romano Pôncio Pilatos perguntou a Jesus se Ele era o rei dos Judeus, como alegavam os seus acusadores.
A resposta de Jesus para a indagação de Pilatos foi que Ele veio para dar testemunho da verdade. “Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (João 18:37).
A resposta de Pilatos foi uma pergunta: “O que é a verdade?” (João 18:38).
Essa é uma pergunta que precisamos ser capazes de responder hoje.
Por que os soldados romanos usavam cinto?
O cinto – conhecido como cingulum ou balteus – continha a bainha e a espada do soldado romano. O cinto fornecia um lugar para alojar a espada e carregá-la efetivamente para a batalha. A espada espiritual é a Bíblia, a Palavra de Deus, conforme mostrado em Efésios 6:17. Esta é outra peça da armadura de Deus.
O cinturão militar romano também foi um símbolo de status no primeiro século. Os soldados romanos usavam seus cintos em serviço ou fora de serviço, e assim o próprio cinto se tornou um emblema de identificação. Na verdade, tornou-se uma parte tão importante da identidade dos soldados que seus oficiais superiores às vezes os privavam de seus cintos como uma punição pública e humilhante.
Jesus explicou: “Todo aquele que é da verdade ouve a Minha voz”. Se o cinto era uma parte central da identidade do soldado romano, então usar o cinto da verdade como parte da armadura de Deus vai nos identificar como discípulo daquele que veio dar testemunho da verdade, Jesus Cristo nosso Senhor.
Aqui estão três coisas que a Bíblia revela sobre como a verdade pode mudar nossas vidas:
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A verdade é libertadora
“A verdade te libertará.” Esta é uma frase comumente citada na Bíblia. Dizer a verdade certamente pode nos libertar da mentira, mas isso está aquém do significado completo da declaração original.
“Se permanecerdes na Minha palavra, verdadeiramente sois Meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8: 31-32).
Estas são mais uma vez as palavras de Jesus Cristo, desta vez dirigidas aos Seus discípulos. Os discípulos, por sua vez, pensavam que Ele se referia à escravidão física (João 8:33).
A resposta de Jesus foi dizer-lhes que a verdade – seguindo Suas palavras e exemplo – os libertaria da escravidão do pecado. “Jesus respondeu-lhes: ‘Em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (versículo 34).
O pecado é um peso que tem o poder de nos impedir de seguir a vida que Deus planejou para nós. O autor de Hebreus descreveu em termos de uma corrida: “Deixemos de lado todo peso e o pecado que tão facilmente nos enreda, e corramos com perseverança a corrida que nos está proposta” (Hebreus 12: 1).
Tiago continuou o pensamento, nos lembrando que a verdade da Palavra de Deus só nos traz liberdade quando está associada à ação:
“Portanto, deixem de lado toda a imundície e transbordamento de maldade, e recebam com mansidão a palavra implantada, que é capaz de salvar suas almas”. (Tiago 1:21)
“Mas sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Pois, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, é como um homem que observa seu rosto natural no espelho; pois ele se observa, vai embora e imediatamente se esquece que tipo de homem ele era. Mas aquele que olha para a lei perfeita da liberdade e continua nela, e não é um ouvinte esquecido, mas um fazedor da obra, esse será abençoado naquilo que faz” (Tiago 1: 22-25).
Seguir a verdade – a Palavra de Deus e o exemplo de Jesus Cristo – nos liberta de um grande fardo do pecado e nos permite seguir em frente no caminho da obediência aos mandamentos de Deus.
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A verdade permite que você esteja preparado
O cinto “envolve todas as outras peças de nossa armadura e, portanto, é mencionado pela primeira vez”. Da mesma forma, sem a verdade nos cingindo, o cristão não está preparado.
Nos dias de Jesus, o cinto permitia ao homem recolher seu manto e colocá-lo para dentro para se movimentar rapidamente. Estar fundamentado e cingido na verdade faz o mesmo com o cristão.
Observe as palavras do apóstolo Pedro ao comparar um cinto com preparação espiritual: “Portanto, cingi os lombos da vossa mente, sede sóbrios e descansai inteiramente a vossa esperança na graça que vos será trazida na revelação de Jesus Cristo.” (1 Pedro 1:13).
O próprio Jesus Cristo fez uma analogia semelhante quando admoestou Seus discípulos a estarem prontos para Sua vinda: “Cingem-se a vossa cintura e acendam-se as vossas lâmpadas; e vós mesmos sede como os homens que esperam o vosso senhor, quando voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo se abram para ele” (Lc 12: 35-36).
O cinto da verdade nos oferece liberdade de movimento em situações difíceis. Podemos confiar na verdade de Deus para nos mostrar qual a direção devemos seguir.
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A verdade nos orienta em caminhos seguros
Conforme observado anteriormente, a Palavra de Deus é a verdade (João 17:17), e essa verdade que nos mostra como evitar o perigo. O salmista comparou-a a uma luz, guiando-o nas trevas: “A tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Salmo 119:105).
Quando Jesus estava se preparando para o fim de Seu ministério terreno, Ele avisou a Seus discípulos que iria embora. Um dos discípulos (Tomé) perguntou: “Senhor, não sabemos para onde vais, e como podemos saber o caminho?” (João 14: 5). Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (versículo 6).
O mundo está cheio de armadilhas espirituais. Nosso adversário adora “chamar o bem de mal e o mal de bem”, “colocar as trevas por luz e a luz por trevas” (Isaías 5:20), e muitas vezes se disfarça de “anjo de luz” (2 Coríntios 11:14)
Seguir a verdade nos ajuda a ver além de seus enganos e nos mantem nos caminhos seguros fornecidos por Deus.
Que melhor defesa pode haver do que seguir o caminho seguro e recompensador?
Você está usando o cinto da verdade?

O cinto da verdade foi projetado para nos envolver. Como suporte para a bainha que segura nossa espada, a Palavra de Deus, ela nos protege e nos mantém seguros.
A verdade nos permite seguir a Deus sem nos desviar do caminho certo.
Quando Deus falou da nação de Israel, Ele usou um cinto como ilustração: “Pois assim como a faixa se agarra à cintura de um homem, fiz com que toda a casa de Israel e toda a casa de Judá se agarrassem a mim ‘, diz o Senhor,’ para que se tornem meu povo, para fama, para louvor e para glória; mas eles não quiseram ouvir ” (Jeremias 13:11).
A antiga nação de Israel tinha uma escolha: ser envolvida pela verdade da Palavra de Deus ou aceitar o engano. Eles escolheram mal e, como resultado, passaram 70 anos no cativeiro babilônico.
Essa é a escolha que cada um de nós deve fazer. Vestir a armadura de Deus e nos dedicar à verdade. Confiar em Deus para guiar nossos passos ao longo do caminho.
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